Quem
pode verdadeiramente afirmar que tem domínio sobre todas as coisas em
sua vida ?
Você já percebeu quantas vezes nos defrontamos com situações
complicadas, de difícil solução?
Em algumas vezes, até
exigem de nós algum sacrifício. E em algumas, até mesmo o sacrifício não
é suficiente. Isto é porque não somos onipresentes, oniscientes e
onipotentes. Incapazes de compreender nossas limitações
julgamos que nos acontecem apenas desgraças e ações fora de nosso
controle.
Ouvi falar há poucos dias, que uma das vítimas do último acidente aéreo
em terras brasileiras, considerado o maior de todos em número de
vítimas, era um Sorocabano que conseguiu antecipar o vôo e pegou o
fatídico vôo.
Sinto uma impotência dolorosa ao verificar que esse rapaz lutou e
correu muito para chegar mais cedo em casa, mas infelizmente não
conseguiu. Resta considerar que se o mesmo tivesse "perdido"
aquele vôo, estaria agora entre os seus entes queridos. E este não é o
único caso. Lembram do caso do metrô ? O rapaz correu desesperado mas a
Van não o esperou. Ninguém, na Van, sobreviveu.
E aquele avião que caiu em São Paulo após decolar, por uma falha do
reverso ? Um homem chegou esbaforido para pegar o fatídico vôo e NÃO
conseguiu.
Apenas me recordo da reportagem onde o homem chorava como uma criança ao
ver que sua vida foi poupada.
Não se trata de falar de acidentes e falhas humanas. Claro
que existiu uma falha, ou mais de uma, pois muita gente morreu e creia,
não foi por mero acaso.
Nem tenho a intenção de explicar o significado por trás desses
eventos, mas vamos em frente em minha linha de raciocínio.
Considere a situação hipotética onde você, ao sair de casa,
escorrega e cai. Quebra o braço.
Além da dor física, todos os transtornos causados por esse simples
acidente: o tempo no hospital, que se for público, é maior ainda do que
se for particular; os compromissos cancelados, a burocracia para não
perder o dia de trabalho, etc..
Muitos de nós apenas enxerga isso, não o outro lado. Mas a vida
sempre tem mais de um lado. É como uma moeda... duas faces. (Claro,
descontando-se a possibilidade dela parar em pé... também pode ocorrer)
Assim, consideremos a outra possibilidade (hipotética) de
que, caso não houvesse o acidente e você conseguisse ir para o trabalho,
mas, no meio do caminho fosse atropelado e ficasse tetraplégico ?
E agora ?
Claro, você diz:"Mas é tudo hipótese, nada ocorreu!"
É verdade, nada ocorreu. Mas dos acidentes citados acima, aconteceu e é
claro, poderia ser você.
Na verdade nós não nos importamos com o que não vemos e não
sentimos ou fazemos, logo, o único evento real é aquele que vivemos.
Isso nos leva sempre a apenas maldizer os eventos negativos que se
abatem sobre nós e nunca, nem por imaginação, aventar que existe a
"outra" possibilidade.
É por essa mesma razão que escrevo este artigo: a verdade
sobre nossas coisas é que temos apenas olhos para aquilo que nos
interessa e o resto... bem, é apenas resto... não aconteceu.
Explique isso para a família do Sorocabano que conseguiu pegar o vôo
fatídico.
© Vargas |
E, é claro, há ainda a
chance de que se sempre pensarmos assim, quem sabe se o passageiro que
se atrasou para aquele mesmo vôo e ainda está entre nós não o perdeu
apenas porque intuiu que o mesmo não se completaria. Ou seja, por
intuição não saio mais de casa; por intuição não vou mais subir no
telhado; por intuição não vou para casa a noite após o serviço (medo de
assalto).
Chegamos finalmente a um impasse: ir por intuição ou deixar
de ir por intuição ?
A resposta, compete a cada um de nós dá-la. Mas ao decidir
sempre considere que nem todo o mal que o atinge tem apenas a função de
prejudicá-lo, na verdade,em muitas vezes é ele que o salva. No fim e
acima de tudo existe a presença de Deus. Boa
reflexão
Decidi não retirar o texto a seguir porque
ele é um protesto. Solitário, mas meu protesto á
crueldade humana.
24 - 03 - 2000
KOSOVO
Mulheres de Kosovo dão à luz a bebês gerados em abuso
sexual de sérvios
BONN. Um ano depois
de iniciados os 78 dias de bombardeios da Otan em Kosovo,
completado hoje, a vida de milhares de fugitivos está
longe de voltar ao normal. Dos 900 mil kosovares
albaneses que deixaram suas casas, 70 mil continuam longe
delas. Sobretudo mulheres sofrem os traumas da guerra e
da violência sexual praticada pelos sérvios. Isabela Stock, da organização Medica
Mondiale, de Colônia, na
Alemanha, conta que pelo menos cem bebês nascidos em
Pristina e nas redondezas foram abandonados pelas mães
por terem sido gerados em estupros.
A organização abriu um centro de terapia em Gjakove, Kosovo, onde trata 650 mulheres que são duplamente
vítimas da guerra. Além de terem perdido casa, marido e
de serem marcadas pela violência sexual, são punidas
pelo puritanismo e patriarcalismo de suas famílias
muçulmanas. Mamara, de 17 anos, vive no centro, acaba de
ter um bebê e não tem para onde ir.
- Muitas mulheres se suicidam por não encontrarem uma
saída para sua situação - diz Isabela, depois de
voltar de uma viagem aos centros de terapia da Medica Mondiale.
Com o marido, Iso, e
a filha de 4 anos, Teuta fugiu de Pristina para a
Alemanha pouco depois do inicio dos bombardeios da Otan.
Há quatro meses teve mais uma menina, Rida, filha de um
desconhecido sérvio, gerada em um dos estupros de que
foi vítima nas três semanas que passou numa prisão
sérvia. Os quatro vivem em Berlim, num quarto cedido
pela Prefeitura, mas em breve serão obrigados a deixar a
cidade. Com o fim da guerra, os fugitivos perderam o
direito de ficar na Alemanha. A mulher que admite ter
sido vítima de estupro é abandonada pelo marido e até
pelos pais.
Fonte:
O Globo
Não deixemos nosso
foco espiritual centrar na questão do "aborto"
ou do "abandono" mas no "estupro", uma das atitudes
"humanas" mais cruéis que podem ser cometidas.
É uma desgraça que, no limiar do
século XXI, ainda existam "homens" que pensem
e ajam desta forma.
Boa leitura e
que Deus o abençoe. E se sentir vontade de dizer algo, envie sua opinião ou
comentários. Creia.. eles serão bem-vindos.
Reflita
sobre isso.

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