Teologia

Página atualizada em 24/02/2002

A história de João Ferraz

A música de fundo se chama "Ninguém te ama como eu" e é uma das músicas que mais gosto

Esta é a história de João Ferraz. Filho de gente simples do campo, cresceu em meio a pacífica paisagem do interior do Brasil. Ainda que livre de doenças e miséria, gente simples.
Desde cedo pegou o cabo da enxada, não conheceu a inocência da tenra infância - coisa da maioria das crianças do Brasil. Claro que o trabalho não era escravo - ou era? Afinal, trabalho de criança, se não é escravo, é o que?
Nem tudo em sua vida foi difícil. Nas refeições o prato sempre estava cheio. A comida era simples também, mas, abençoada, nunca faltou.
No interior, livre de ambições televisivas, sua imaginação cresceu de acordo com o meio e em paz. Não teve aquilo que chamamos de adolescência complicada e difícil, coisa comum na maioria da população urbana.
Cigarro? Não sei. Bebidas? Talvez, mas sem exagero.
Seus pais, pessoas de bem, longe de uma importância social jamais desapegaram da fé, e todo santo domingo iam á missa para renovar a fé e a coragem para os dias seguintes. Cá prá nós, aqui no Brasil, viver com folga de dinheiro só se ganhar na sena.
O tempo foi passando e João era feliz e feliz foi crescendo e se tornando um homem robusto. Alto, esguio e de coração de criança. Era todo sorriso para qualquer um que lhe dirigisse a palavra.
Com esse coração e alma grandes foi crescendo no meio da graça da família. 
Entre a meninada era olhado com o canto de olho. Talvez fosse bonito, não sei, para mim era comum demais. Dono de um belo sorriso, arrancava suspiros das raparigas.
Havia entretanto, alguma coisa que não se encaixava. Ele crescia a olhos vistos e parecia um passarinho na gaiola, parecia que lhe faltava ar. O pai, vendo-lhe as aflições deu-lhe parte da terra, invocando-lhe o sentimento de liberdade e libertação - aquilo era só seu. Pouco talvez, mas seu, só seu.
E uma bela manhã lá estava ele olhando com satisfação e mistério o seu pequeno espaço na terra.
Era seu, é bem verdade, mas... cheio de alto mato. Centenas de metros quadrados de espaço, disputado talo a talo com o forte matagal.
Por alguns instantes ficou indeciso sobre o que fazer. Precisava da terra e por ela lutaria, afinal, é só mato.
Dois, três, quatro dias ou mais e nada. O trabalho pesado lhe minava as forças e por, pelo menos, dois dias pensou em largar tudo e voltar para casa de seus pais e ...
Bem, isto ainda é meu, pensava e lá ia para a labuta novamente contra o matagal.
Não foram poucos meses, mas anos. Dois anos se passaram até que um belo milharal ocupava agora o lugar onde antes houvera um espesso matagal.
Eu o via trabalhar dia após dia, regando o solo fértil com o duro suor de trabalho ao sol, incansável. Por muitas vezes parou para respirar e senti que decidia se devia continuar ou não, mas uma força maior erguia-lhe as mãos e lá ia ele novamente com força total.
Calos e calos enchiam-lhe as mãos, tornando as duras e ásperas, mas limpas e honestas. Ele venceu.
Lendo-lhe a mente durante todo esse tempo, vi muitas fraquezas e indecisões mas muita determinação e raça prevaleceram sobre os momentos de fraqueza, e ele venceu. Agora era realmente dono daquele pedaço e sua vida seria melhor.

© Prof. Engº Luiz Antonio Vargas Pinto

  Claro, João Ferraz somos todos nós. Podemos nos defrontar com tantos problemas gigantescos para nossos olhos e deles fugir e nunca chegar em lugar algum. Se enfrentá-los for muito difícil e de nós exigir coragem e determinação férrea para superá-los, então aquele matagal nos terá derrotado. Mas, se por outro lado, o sonho de uma plantação forte e viçosa for maior que as dificuldades, até a custa de sacrifícios seremos vencedores. Assim, nunca se deixa esmorecer pelo matagal crescido em sua frente, é apenas uma questão de escolha.

© Prof. Engº Luiz Antonio Vargas Pinto


Decidi não retirar esse texto, porque ele é um protesto.  Solitário, mas um protesto á crueldade humana.

24 - 03 - 2000
KOSOVO
Mulheres de Kosovo dão à luz a bebês gerados em abuso sexual de sérvios

BONN. Um ano depois de iniciados os 78 dias de bombardeios da Otan em Kosovo, completado hoje, a vida de milhares de fugitivos está longe de voltar ao normal. Dos 900 mil kosovares albaneses que deixaram suas casas, 70 mil continuam longe delas. Sobretudo mulheres sofrem os traumas da guerra e da violência sexual praticada pelos sérvios. Isabela Stock, da organização Medica Mondiale, de Colônia, na Alemanha, conta que pelo menos cem bebês nascidos em Pristina e nas redondezas foram abandonados pelas mães por terem sido gerados em estupros.
A organização abriu um centro de terapia em Gjakove, Kosovo, onde trata 650 mulheres que são duplamente vítimas da guerra. Além de terem perdido casa, marido e de serem marcadas pela violência sexual, são punidas pelo puritanismo e patriarcalismo de suas famílias muçulmanas. Mamara, de 17 anos, vive no centro, acaba de ter um bebê e não tem para onde ir.
- Muitas mulheres se suicidam por não encontrarem uma saída para sua situação - diz Isabela, depois de voltar de uma viagem aos centros de terapia da Medica Mondiale.
      Com o marido, Iso, e a filha de 4 anos, Teuta fugiu de Pristina para a Alemanha pouco depois do inicio dos bombardeios da Otan. Há quatro meses teve mais uma menina, Rida, filha de um desconhecido sérvio, gerada em um dos estupros de que foi vítima nas três semanas que passou numa prisão sérvia. Os quatro vivem em Berlim, num quarto cedido pela Prefeitura, mas em breve serão obrigados a deixar a cidade. Com o fim da guerra, os fugitivos perderam o direito de ficar na Alemanha. A mulher que admite ter sido vítima de estupro é abandonada pelo marido e até pelos pais.

Fonte: O Globo

Não deixemos nosso foco espiritual centrar na questão do "aborto" ou do "abandono" mas no "estupro", uma das atitudes "humanas" mais cruéis que podem ser cometidas. É uma desgraça que, no limiar do século XXI, ainda existam "homens" que pensem e ajam desta forma.


Boa leitura e que Deus o abençoe. E se sentir vontade de dizer algo, envie sua opinião ou comentários. Creia.. eles serão bem-vindos.

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