Teologia

página apresentada em 15/08/2000

A música de fundo se chama "Ninguém te ama como eu" e é uma das músicas que mais gosto

Falando sobre a morte

  A aproximação da morte pode ter duas visões: a do crente que sente a proximidade com o criador e a dor ateu que sente o mundo material abandonando-o.  É difícil falar sobre uma coisa que ainda não me atingiu, e pode parecer estranho, mas não acredito que alguém que já tenha sido atingido por esta pudesse estar escrevendo isto.
      Mas, posso falar que já estive tão próximo desta que senti todos os valores do mundo se afastando e é como tentar segurar a água e senti-la escorrer entre os dedos e saber que nada poderá reverter esse processo, e muito menos reverter.
     Lendo sobre os últimos dias de Fellini, grande cineasta, o que mais me emocionou foi um diálogo com um amigo dele, ateu, onde ele se dirige ao astro e fala "rezei por você".   Então Deus entra nas pessoas e se instala lá.  É por demais de profundo para podermos externar. Nesse meu encontro feliz, Deus me deu uma nova chance, e eu, na medida do humanamente possível estou tentando ainda melhorar e aproveitar plenamente.
Lendo sobre a Eutanásia, senti um vazio tocando a alma. Como podemos fugir da dor?  O que nos espera?  E, como nos livrarmos do terror do desconhecido que se instala no coração?

   São perguntas sem resposta. Existem alguns, privilegiados pelo infinito amor de Deus numa compreensão deste sem igual na face da terra, e que podem aceitar a partida como cristão, na esperança da ressurreição. Isto não é um pedido, mas um convite à reflexão: volte-se à Deus e sinta seu amor penetrar nos refúgios mais profundos de sua alma, lavando-lhe o espírito, colocando-o digno de entrar em seu reino. Disse certa vez, a grande pessoa de Francisco Cândido Xavier: "Não desanimo com os sofrimentos vividos nesta vida porque não quero entrar no reino de Deus e ter que dizer que nada fiz na sagrada vida que ele me deu".
    Não sei de detalhes mas lembro-me de ter lido que São Pedro, o apóstolo do Senhor, ao ser crucificado, pediu que lhe pusessem a cruz de cabeça para baixo porque não era digno de ser posto em pé como Jesus Cristo, e assim foi feito.
Benditos aqueles que se resignam na dor e em silencio, entre lágrimas de dor e sofrimento falam à Deus em prece sobre o convite ao reino e nós homens, em respeito à ele, apenas seguramos sua mão e damos, talvez não o fim de sua dor mas o direito dele ir ao Senhor sabendo que quem esteve ao seu lado lhe deu fé, esperança, amor e compaixão – sentimentos estes que nós homens parecemos às vezes já haver esquecido.  Senhor, lembra-nos.

    Não sei como será meu próximo encontro com Deus, mas, sinto na alma que já estou mais próximo dele como nunca estive.            Totalmente pronto nunca estarei, Senhor, sou apenas um pecador.

Amém

(Escrito em 13/08/2000)

© Prof.Eng. Luiz Antonio Vargas Pinto

 

Meus comentários


Esta reflexão é inspirada em momentos passados e que deixaram muitas cicatrizes.  Pode ser que alguém pense no quanto alguém pode ter sofrido para reter tanta amargura, mas você está enganado.

Nem tudo são amarguras, nem tudo é uma frustração.  Se houver um aprendizado sempre terá valido a pena. 

   Se após isto nos tornamos melhores ou não, não é o âmago da questão, porque melhores ou piores sempre vemos sob a luz do pensamento humano e não sob a luz divina.
  
   


  Não vou retirar esse texto, porque ele é um protesto.  Solitário, mas um protesto á crueldade humana.

24 - 03 - 2000
KOSOVO
Mulheres de Kosovo dão à luz a bebês gerados em abuso sexual de sérvios

BONN. Um ano depois de iniciados os 78 dias de bombardeios da Otan em Kosovo, completado hoje, a vida de milhares de fugitivos está longe de voltar ao normal. Dos 900 mil kosovares albaneses que deixaram suas casas, 70 mil continuam longe delas. Sobretudo mulheres sofrem os traumas da guerra e da violência sexual praticada pelos sérvios. Isabela Stock, da organização Medica Mondiale, de Colônia, na Alemanha, conta que pelo menos cem bebês nascidos em Pristina e nas redondezas foram abandonados pelas mães por terem sido gerados em estupros.
A organização abriu um centro de terapia em Gjakove, Kosovo, onde trata 650 mulheres que são duplamente vítimas da guerra. Além de terem perdido casa, marido e de serem marcadas pela violência sexual, são punidas pelo puritanismo e patriarcalismo de suas famílias muçulmanas. Mamara, de 17 anos, vive no centro, acaba de ter um bebê e não tem para onde ir.
- Muitas mulheres se suicidam por não encontrarem uma saída para sua situação - diz Isabela, depois de voltar de uma viagem aos centros de terapia da Medica Mondiale.
      Com o marido, Iso, e a filha de 4 anos, Teuta fugiu de Pristina para a Alemanha pouco depois do inicio dos bombardeios da Otan. Há quatro meses teve mais uma menina, Rida, filha de um desconhecido sérvio, gerada em um dos estupros de que foi vítima nas três semanas que passou numa prisão sérvia. Os quatro vivem em Berlim, num quarto cedido pela Prefeitura, mas em breve serão obrigados a deixar a cidade. Com o fim da guerra, os fugitivos perderam o direito de ficar na Alemanha. A mulher que admite ter sido vítima de estupro é abandonada pelo marido e até pelos pais.

Fonte: O Globo

Não deixemos nosso foco espiritual centrar na questão do "aborto" ou do "abandono" mas no "estupro", uma das atitudes "humanas" mais cruéis que podem ser cometidas. É uma desgraça que, no limiar do século XXI, ainda existam "homens" que pensem e ajam desta forma.


Boa leitura e que Deus o abençoe. E se sentir vontade de dizer algo, clique aqui para enviar sua opinião ou comentários. Creia, eles serão bem-vindos.

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